Existe um Eu imutável? Quem você é em 2013?

borboleta

Se a opinião que temos de nós mesmos muda constantemente, como pode existir um eu imutável? Mudamos de opinião a respeito das nossas percepções do mundo constantemente, e, do mesmo modo, mudamos a nossa opinião a respeito de nós mesmos.

Alguém por exemplo, na adolescência só escutava reggae, na juventude passou para o rock e na vida adulta adora samba. A pessoa passou de um adolescente hippie, para um jovem roqueiro e virou um adulto sambista. Esta pessoa mudou ciclicamente de identidade e completamente reformulou a ideia que tinha a respeito de si mesma, seus gostos, talvez seus amigos, os lugares que frequentava, o modo como falava, as roupas que vestia…

Como podemos fazer os outros perceberem a nossa mudança de percepção interna, se não mudamos nossas atitudes? Talvez, esta seja uma coisa automática, uma mudança natural e contínua. Mas, se quisermos acelerar a percepção externa, podemos sempre enfatizar este processo de mudança, representando hoje aquilo que gostaríamos de nos tornar amanhã. Quando menos esperarmos já nos tornamos.

O primeiro passo para ser o que queremos ser, é exteriorizar esta percepção? Mas, se eu sou roqueiro devo me vestir como roqueiro? Se sou empresário tenho que me vestir de terno e gravata? Mas, e se eu gostar de rock, mas não gostar de como os roqueiros se vestem, como funciona? Então eu não posso ser roqueiro, neste caso? Talvez, eu continue a gostar de rock mas nunca serei um roqueiro… Se eu continuo a me vestir e a falar como quando eu gostava de samba ou reggae, então como todos vão perceber este novo eu?

Um dos objetivos da busca da paz e felicidade é alinhar aquilo que pensamos, aquilo que falamos e o modo como agimos.

Tantas vezes, enquanto ainda estamos em transição entre um Eu e outro, quando já percebemos a mudança, mas não agimos completamente de acordo, pode ser que, a partir da influência de amigos, parentes, conhecidos e colegas, acabemos voltando atrás. Por insegurança ou mesmo incapacidade de impormos nosso novo eu, adiamos esta mudança de comportamento em tempo ilimitado. No entanto, por pressões externas, podemos acabar voltando ao que éramos, e vivendo frustrados com o que não somos mais.

Quando conhecemos alguém e fazemos amigos, nos ligamos a pessoas que têm ideias, gostos e valores parecidos aos nossos. Qualquer mudança pode acabar transformando drasticamente tudo aquilo que nos cerca. Assim, aqueles que nos rodeiam tentarão, muitas vezes, manter nosso comportamento eternamente inalterado, ou ainda, seguir a mudança deles, pois só assim continuaríamos a lhes servir de companhia. Mas, é importante reparar, que muitas vezes, estas são exatamente as mesmas pessoas e comportamentos que decidimos evitar.

Somos uma estrutura complexa, formada pela união de infinitas ideias, opiniões e percepções a respeito de nós mesmos e a respeito do mundo. Se estamos em constante mudança, como podemos transparecer ao mundo sempre um mesmo eu? Autoconfiança é a palavra chave. Acredite no seu potencial de mudança. Tudo parece impossível até que realizemos! Quem você é em 2013?