De olhos fechados
Há algumas semanas me disseram que o objetivo do sexo não é gozar. Do mesmo modo como o do trabalho não é ganhar dinheiro.
Fiquei meio perdido a princípio, pensando, pra que que é o sexo então? Todo mundo só fala em gozar…
Nesta busca, descobri que além do mundo da visão existem outros mundos mais profundos e mais sinceros.
Imagine sua vida se não existisse a visão, quase tudo perderia o sentido. Praticamente nada sobraria. Sem a visão, a beleza é outra coisa. Sem a visão, não somos imagem, mas forma. Somos corpos, massas, pulsação, calor, textura, pelos, unhas, sensações, perfumes, cheiros e gostos, feromônios, suavidades e asperezas, toque, força e delicadeza, músculos, hormônios, respiros, suspiros e gemidos, saliva, lábios, dentes e carne. Magnetismo, energia e luz.
Sem visão, transcendemos a ilusão de buscar por algo que não existe, de sonhar por imagens, e somos completados pelo pulsar de corações sincronizados.
Transcendemos a superficialidade da aparência e buscamos o que está além da pele. Como se o sentir fosse a ponte que nos leva ao ser.
Nos despimos do parecer na busca de conhecer o verdadeiro ser interior. Oculto, escondido, inacessível.
Transcendemos a forma humana e viramos Deuses que se fundem em um só corpo de quatro braços.
Nesta inebriante busca pelo outro, nos emocionamos ao vislumbrar a grandiosidade e perfeição divina que reside dentro de nós mesmos.
Permita-se descobrir os maravilhosos mundos que se escondem no cerrar dos olhos, nas profundezas iluminadas na qual pulsa a vida.