Nesse mundo ou você é alguém ou você é ninguém!
Hoje eu estava vendo a propaganda num canal de TV aberta italiano e um dos personagens do filme NY Gangsters fala… Nesse mundo, ou você é alguém, ou você não é ninguém. E dai pensei que seria um tópico interessante para falar.
Na verdade na minha vida o meu maior medo sempre foi virar uma pessoa medíocre, mas no fim nunca pensei ao certo qual a definição de mediocridade.
Acho que me sentiria medíocre tendo 50 anos, morando num apartamento alugado e trabalhando numa loja como vendedor, solteiro, sem filhos e sem amigos. Digamos… tudo junto… Isso porque não teria nem dinheiro, nem família nem amor… e já estaria velho…
Sempre pensei na mediocridade como trabalhar em comércio, mas hoje eu vejo que abrir um negócio é um verdadeiro desafio e também umas das formas mais rentáveis de trabalho. Por isso que a mediocridade não é um valor absoluto, mas sim muda com o passar dos anos e a nossa visão mais ampla da vida. Acho que ela se defini principalmente da incapacidade de gerenciar de forma produtiva a vida. Talvez minha idéia de mediocridade vinculada ao comércio era porque me parecia uma coisa sem um desenvolvimento temporal. Onde os anos se passavam na mesmisse cotidiana do trato com o cliente. Depois percebi que no mundo de hoje isso é quase impossível, pois a concorrência que assola qualquer tipo de organização comercial faz com que seja necessário um ciclo de inovações constantes… Sejam promoções, novos produtos ou serviços. Por isso, hoje em dia não penso mais em comercio como medíocre, mas sim como um grande desafio. Na verdade eu não pensava em abrir um negócio como medíocre, mas sim trabalhar no comercio… no sentido de ser atendente de loja, vendedor ou qualquer tipo de empregado.
Voltando ao tópico inicial, quando escutei a frase fiquei meio assustado com sua possível veracidade. Assustado por pensar: será que sou alguém ou ninguém? E se nesse momento, por ser um estrangeiro num país e cidade desconhecidas se sou um ninguém, será que um dia serei alguém?
Então, antes de tudo devemos definir o que seria ser alguém. E por fim… o que seria ser ninguém.
Agora… Acho que ser alguém é ter um papel na sociedade, de preferência um papel que acrescente alguma coisa e que transforme, mesmo que apenas uma pequena dimensão de pessoas, a vida e a realidade destas. E preferencialmente de forma insubstituível. Isso normalmente através do trabalho ou de qualquer atividade engrandecedora.
E ser ninguém seria não interferir de forma insubstituível na realidade. Ou seja, fazer um trabalho mecânico e não ter vida social. O ser alguém não está apenas vinculado com o trabalho, mas também, e principalmente com o papel do individuo dentro da sociedade e sua relação com os outros.
"Sempre pensei na mediocridade como trabalhar em comercio"
Essa frase ficou engraçada, estranha e meio preconceituosa, tudo junto. =D
Dude, ninguém é insubstituível. Digo: não pelo impacto que causa na sociedade. Nem os aclamados gênios, nem as maiores celebridades históricas. Se Leonardo, Einstein, Gandhi ou Hitler não estivessem lá para fazer o que fizeram e "interferir na realidade", alguém mais faria, mais cedo ou mais tarde. Mais cedo? Será que não houve alguém antes de cada uma dessas pessoas com potencial para fazer as mesmas coisas, mas que morreu prematuramente de pneumonia? (Podem ter morrido de outras coisas também, não vou fazer caso por causa disso.)
É natural que, num mundo com cada vez mais gente, indivíduos se vejam tentados a se destacar cada vez mais, a fim de serem mais "indivíduos" do que os outros. Mas vale a pena criar coisas fantásticas que apenas vão aumentar a distância social entre quem pode e quem não pode consumir? Vale a pena desenvolver teorias que podem ser usadas para criar armas de devastação em massa? Vale a pena ser popular e influente na vida de inúmeras pessoas, apenas para alavancar uma carreira política em proveito próprio? Sinceramente, vejo muito mais dignidade e significado na vida de um trabalhador simples, sem grandes aspirações sociais e satisfeito com todos os prazeres e objetivos básicos, do que na vida de vários notáveis e "pessoas importantes". Acho mais importante ter claro por que você faz as coisas – de preferência, algo mais elaborado do que "é a coisa certa a fazer", que soa como "sempre me disseram para fazer assim".
[Percebo que falei muitas coisas não tão ligadas ao teu post… mas tu foste meio superficial. Elabora mais essa parte de "através do trabalho" e especialmente essas "atividades engrandecedoras"!]